Gatos brancos
Os gatos brancos são animais bastante procurados mas são também animais mais propensos a alguns problemas de saúde.
Na pelagem dos gatos, a cor branca não é efectivamente uma cor, mas sim a ausência dela. Os gatos com a pelagem branca não são capazes de produzir pigmento que dá cor ao pêlo e na ausência desta, a pelagem permanece branca.
Banhos-de-sol perigosos
Os gatos de pelagem branca não têm protecção contra os raios ultravioleta que o Sol imite. São os pigmentos que dão cor ao pêlo que protegem o gato destes raios cancerígenos. O funcionamento é semelhante ao dos humanos que produzem melanina, ficando mais bronzeados, quando em contacto com os raios ultravioleta.
O gato branco é bastante vulnerável a queimaduras solares e se a exposição ao sol sem protecção for longa, poderá mesmo desenvolver cancro. Estes gatos devem ser mantidos longe do sol nas horas em que os raios são mais fortes. Quando entrarem em contacto com o sol, as zonas de pele mais exposta, como o nariz, orelhas, entre outras, devem ser untadas com um protector solar recomendado pelo veterinário.
Audição
Caso o gato tenha olhos azuis, a probabilidade de desenvolver problemas auditivos é grande. Um gato apresenta olhos azuis quando a zona mais superficial da íris não recebeu pigmento e o que iria ser preto, acabou por ficar azul.
Os gatos com audição parcial ou surdez necessitam de cuidados especiais, mas podem viver com qualidade. Não devem sair de casa e devem ser treinados com base em sinais visuais.
O cruzamento de dois gatos brancos com olhos azuis não significa necessariamente que os filhos sejam semelhantes aos pais. Podem nascer criar com pelagem diversa e até outra cor de olhos, tudo depende dos genes dos progenitores e da ascêndia destes.
Nos gatos com olhos vermelhos, albinos, a ausência de pigmentação é total. Os olhos aparentam ser vermelhos, mas na realidade a íris é completamente transparente. A tonalidade vermelha deve-se ao facto de ser possível ver o sangue dos vasos sanguíneos que compoem o olho. Contudo gatos albinos são bastante raros.
Sobrevivência
Em estado selvagem os gatos brancos não sobrevivem. A cor não lhes oferece a camuflagem que necessitam para se esconderam dos predadores e como os gatos são animais que gostam de banhos de sol e vivem em zonas bastante luminosas, acabam por sofrer com esta condição.
Os gatos brancos em cativeiro são mais comuns e também bastante procurados. São na realidade a prova de como a criação em cativeiro alterou o gato. A cor branca passou de sinónimo de morte certa em estado selvagem, para sinónimo de dono fácil em cativeiro.
fonte: arcadenoe.sapo
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almanaque 2
domingo, 22 de dezembro de 2013
sábado, 4 de dezembro de 2010
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A matematica em todos os tempos
Em todas as épocas da evolução humana, mesmo nas mais atrasadas, encontra-se no homem o sentido do número. Esta faculdade lhe permite reconhecer que algo muda em uma pequena coleção (por exemplo, seus filhos ou suas ovelhas) quando, sem seu conhecimento direto, um objeto tenha sido retirado ou acrescentado. O sentido do número, em sua significação primitiva e no seu papel intuitivo, não se confunde com a capacidade de contar, que exige um fenómeno mental mais complicado. Se o contar é um atributo exclusivamente humano, algumas espécies de anímais parecem possuir um sentido rudimentar do número. Assim opinam, pelo menos, observadores competentes dos costumes dos animais. Muitos pássaros têm o sentido do número. Se um ninho contém quatro ovos, pode-se tirar um sem que nada ocorra, mas o pássaro provavelmente abandonará o ninho se faltarem dois ovos. De alguma forma inexplicável, êle pode distinguir dois de três.
O corvo assassinado
Um senhor feudal estava decidido a matar um corvo que tinha feito ninho na torre de seu castelo. Repetidas vezes tentou surpreender o pássaro, mas em vão; quando o homem se aproximava, o corvo voava de seu ninho, colocava-se vigilante no alto de uma árvore próxima, e só voltava à torre quando já vazia. Um dia, o senhor recorreu a um truque: dois homens entraram na torre, um ficou lá dentro e o outro saiu e se foi. O pássaro não se deixou enganar e, para voltar,
que o segundo homem tivesse saído. O estratagema foi repetido nos dias seguintes com dois, três e quatro homens, sempre sem êxito. Finalmente, cinco homens entraram na torre e depois saíram quatro, ura atrás do outro, enquanto o quinto aprontava o trabuco à espera do corvo. Então o pássaro perdeu a conta e a vida.
As espécies zoológicas com sentido do nu-. mero são muito poucas (nem mesmo incluem os monos e outros mamíferos). E a percepção de quantidade numérica nos animais é de tão limitado alcance que se pode desprezá-la. Contudo, também no homem isso é verdade. Na prática, quando o homem civilizado precisa distinguir um número ao qual não está habituado, usa conscientemente ou não — para ajudar seu sentido do número — artifícios tais como a comparação, o agrupamento ou a ação de contar. Esta última,
especialmente, se tornou parte tão integrante de nossa estrutura mental que os teste» sobre nossa percepção numérica direta resultaram decepcionantes. Essas provas concluem que o sentido visual! direto do número possuído pelo homem civilizado raras vezes ultrapassa o número quatro, e que o sentido tátil é ainda mais limitado.
Limitações vem de longe
Os estudos sobre os povos primitivos fornecem uma notável comprovação desses resultados. Os selvagens que não alcançaram ainda o grau de evolução suficiente para contar com os dedos estão quase completa-mente desprovidos de toda noção de número. Os habitantes da selva da África do Sul não possuem outras palavras numéricas além de um, dois e muitos, e ainda essas palavras estão tão desvinculadas que se pode duvidar que os indígenas lhes atribuam um sentido bem claro.
Realmente não há razões para crer que nossos remotos antepassados estivessem mais bem equipados, já que todas as línguas europeias apresentam traços destas antigas limitações: a palavra inglesa thriee, do mesmo modo que a palavra latina ter, possui dois sentidos: "três vezes" e "muito". Há evidente conexão entre as palavras latinas três (três) e trans (mais além). O mesmo acontece no francês: trois (três) e três (muito).
Como nasceu o conceito de número? Da experiência'? Ou, ao contrário, a experiência serviu simplesmente para tornar explícito o que já existia em estado latente na mente do homem primitivo? Eis aqui um tema apai-xonante para discussão filosófica.
Julgando o desenvolvimento dos nossos ancestrais pelo estado mental das tribos selvagens atuais, é impossível deixar de concluir que sua iniciação matemática foi extremamente modesta. Um sentido rudimentar de número, de alcance não maior que o de certos pássaros, foi o núcleo do qual nasceu nossa concepção de número. Reduzido à percepção direta do número, o homem não teria avançado mais que o corvo assassinado pelo senhor feudal. Todavia, através de uma série de circunstâncias, o homem aprendeu a completar sua percepção limitada de número com um artifício que estava destinado a exercer influência extraordinária em sua vida futura. Esse artifício é a operação de contar, e é a êle que devemos o progresso da humanidade.
O número sem contagem
Apesar disso, ainda que pareça estranho, é possível chegar a uma ideia clara e lógica de número sem recorrer à contagem. Entrando numa sala de cinema, temos diante de nós dois conjuntos; o das poltronas da sala e o dos espectadores. Sem contar, podemos assegurar se esses dois conjuntos têm ou não igual número de elementos e, se não têm, qual é o de menor número. Com efeito, se cada assento está ocupado e ninguém está de pé, sabemos sem contar que os dois conjuntos têm igual número. Se todas as cadeiras estão ocupadas e há gente de pé na sala, sabemos sem contar que há mais pessoas que poltronas.
Esse conhecimento é possível graças a um procedimento que domina toda a matemática, e que recebeu o nome de correspondência biunívoca. Esta consiste em atribuir a cada objeto de um conjunto um objeto de outro, e continuar assim até que um ou ambos os conjuntos se esgotem.
A técnica de contagem, em muitos povos primitivos, se reduz precisamente a tais associações de ideias. Eles registram o número de suas ovelhas ou de seus soldados por meio de incisões feitas num pedaço de madeira ou por meio de pedras empilhadas. Temos uma prova desse procedimento na origem da palavra "cálculo", da palavra latina ccàculus, que significa pedra.
A ideia de correspondência
A correspondência biunivoca resume-se numa operação de "fazer corresponder". Pode-se dizer que a contagem se realiza fazendo corresponder, a cada objeto da coleção(conjunto),um número que pertence àsucessão natural: 1, 2, 3
A A A A
1 2 3 4 ...
A gente aponta para um objeto e diz: um; aponta para outro e diz: dois; e assim sucessivamente até esgotar os objetos da coleção; se o último número pronunciado fòr oito, dizemos que a coleção tem oito objetos e é um conjunto finito.
Mas o homem de hoje, mesmo com conhecimento precário de matemática, começaria a sucessão numérica não pelo um mas por. zero, e escreveria assim:
0, 1,2, 3,4...
É a sucessão dos números inteiros (formada pela dos números naturais com o acréscimo do elemento zero). A criação de um símbolo para representar o "nada" constitui um dos atos mais audaciosos da história do pensamento. Essa criação é relativamente recente (talvez pelos primeiros séculos da era cristã) e foi devida às exigências da numeração escrita. O zero não só permite escrever mais simplesmente os números, como também efetuar as operações. Imagine o leitor — fazer uma divisão ou multiplicação em números romanos! E no entanto, antes ainda dos romanos, tinha florescido a civilização grega, onde viveram alguns dos maiores matemáticos de todos os tempos; e a nossa numeração é muito posterior a todos eles.
Do relativo ao absoluto
Pareceria à primeira vista que o processo de correspondência biunívoca só pode fornecer um meio de relacionar, por comparação, dois conjuntos distintos (como o das ovelhas do rebanho e o das pedras empilhadas), sendo incapaz de criar o número no sentido absoluto da palavra. Contudo, a transição do relativo ao absoluto não é difícil.
Criando conjuntos -modelos, tomados do mundo que nos rodeia, e fazendo, cada um deles caracterizar um agrupamento possível, a avaliação de um dado conjunto fica reduzida à seleção, entre os conjuntos modelos, daquele que possa ser posto em correspondência biunívoca com o conjunto dado.
Começou assim: as asas de um pássaro podiam simbolizar o número dois, as folhas de um trevo o número três, as patas do cavalo o número quatro, os dedos da mão o número cinco. Evidências de que essa poderia ser a origem dos números se encontram em vários idiomas primitivos.
É claro que, uma vez criado e adotado, o número se desliga do objeto que o representava originalmente, a conexão entre os dois é esquecida e o número passa por sua vez a ser um modelo ou uni símbolo! À medida que o homem foi aprendendo a servir-se cada vez mais da linguagem, o som das palavras que exprimiam os primeiros números foi substituindo as imagens para as quais foi criado. Assim, os modelos concretos iniciais tomaram a forma abstrata dos nomes dos números. É impossível saber a idade dessa linguagem numérica falada, mas sem dúvida ela precedeu de vários milhares de anos a aparição da escrita.
Todos os vestígios da significação inicial das palavras que designam os números foram perdidos, com a possível exceção de cinco (que em várias línguas queria dizer mão, ou mão estendida). A explicação para isso é que, enquanto os nomes dos números se mantiveram invariáveis desde os dias de sua criação, revelando notável estabilidade e semelhança em todos os grupos linguísticos, os nomes dos objetos concretos que lhes deram nascimento sofreram uma metamorfose completa.
À procura do zero
No que diz respeito à estrutura dos nomes dos números, descobriu-se uma uniformidade impressionante. Em todos os lugares, os dez dedos da mão deixaram sua marca permanente. Desde os primeiros tempos da história egípcia estabeleceu-se um sistema de numeração decimal. Esse sistema não tinha um sinal particular para o zero, embora em certos casos os escribas o usassem intuitivamente, pois deixavam um espaço vazio em seu lugar. A escrita egípcia possuía símbolos particulares para as unidades, dezenas, centenas, milhares, etc., repetindo-os da direita para a esquerda tantas vezes quantas necessárias para exprimir o número desejado.
i=i, 10 = n ; 100 = e
Assim: 123 = 111000
A numeração dos babilónios — que usavam apenas dois símbolos, um representando as unidades e outro as dezenas — apresentava duas originalídades: o sistema de posição e a base sexagesimal (apesar de conhecerem também a base decimal). Nesse sistema, o valor de um símbolo depende da sua posição relativa dentro do número escrito, sendo mantido o valor das unidades de primeira ordem, multiplicadas por 60 as de segunda ordem, por 602 as de terceira ordem, e assim por diante. Por exemplo, o número 327 significaria entre os babilónios:
OX602) + (2X60) + 7
l.a ordem 2.a ordem 1.a ordem
(centena^) (dezena) (unidade)
No atual sistema decimal, seria:
(3X102) + (2x10) + 7centena dezena unidade
Não existia um símbolo especial para o zero: no período mais avançado da civilização babilónica, êle era escrito no início de um número, simplesmente para preencher um espaço vazio. Sentia-se a necessidade de indicar as ordens que faltavam, pois o símbolo da unidade poderia significar tanto 1 como 1.0 (=60) ou 1.00 ( = 602= 3 600). Embora em algumas tabuinhas houvesse também um espaço vazio para indicar o zero, este ainda não tinha a função de número.
A influência do sistema sexagesimal dos babilónios até hoje persiste na divisão da hora (60 minutos) e do minuto (60 segundos). Também no ângulo cada grau é dividido em 60 minutos.
Os maias, cujo sistema de numeração era adaptado ao número de dias do ano e tinha base 20, possuíam um símbolo para o zero, mas usado só em conexão com o calendário.
Assim como na China, na Grécia do apogeu (três séculos antes de Cristo) provocava admiração quem fosse bom calculista. O sistema numérico dos gregos empregava as nove primeiras letras do alfabeto para os números de 1 a 9, as nove seguintes para os números de 10 a 90 e mais nove letras para os números de 100 a 900, num total de 27 símbolos.
Como nessa época o alfabeto grego continha somente 24 letras, mais duas letras (F e Q) foram introduzidas, e a outra foi tirada do alfabeto fenício (S). Tamanha complicação de sinais nas contas era devida exata-mente à falta do zero, o que acarretava o desdobramento dos símbolos.
Embora já existissem sistemas numéricos com o uso do zero, na índia e entre os maias, apenas por volta do ano 1000 é que o zero e os atuais símbolos gráficos foram trazidos para a Europa pelos árabes, e por isso são chamados algarismos arábicos
Enc; conhecer
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Matematica
A influência dos dedos da mão é que explica a base decimal de nosso sistema de numeração. Entre as tribos mais atrasadas da África e da Austrália, existe um sistema de numeração cuja base não é 5 (povos que aprenderam a contar com uma só mão), nem 10 (as duas mãos), nem 20 (as mãos e os pés, como o sistema dos maias e astecas, que dividiam o dia em 20 horas). Trata-se do sistema binário (base 2), adotado por exemplo entre os papuas da Nova Guiné. Essa gente não aprendeu ainda a contar com os dedos, e possui sinais independentes para designar um e dois, e depois algumas combinações para exprimir os números até seis. Além de seis, emprega-se uma palavra que significa "montão".
Uma questão de base
O sistema binário só requer dois símbolos, 0 e 1, por meio dos quais se podem expressar todos os outros números. Por exemplo, 1 + 1 não pode ser escrito 2, mas 10. E essa base numérica, a mais primitiva de todas, já encontrou na eminente figura de Leibnitz um defensor entusiasta. Csse matemático alemão nela viu a própria imagem da criação do universo, considerando que a unidade (1) representava Deus e o zero (0) simbolizava o nada. Assim como o Supremo criou todos os seres a partir do nada, esses dois sinais exprimiam todos os números possíveis e imagináveis.
A vantagem da base dois é a economia de símbolos e maior simplicidade das operações. Há menos regras para multiplicar ou dividir mas — evidentemente — quem não está acostumado achará muito mais difícil. No sistema decimal, temos que decorar cem resultados de soma e cem de multiplicação, enquanto o sistema binário reduz a tabuada a duas regras apenas:
1 + 1 = 10 1 X 1 - 1 Essa vantagem é contrabalançada pela
necessidade de muitos sinais para representar os mesmos números. Por exemplo:
1 000 000 000 000 (na base dois)
Ainda assim, uma mudança de base em nosso sistema de numeração já foi várias vezes proposta e defendida. Mas, na verdade, a adoção do sistema decimal pela humanidade é um fenómeno fisiológico, e talvez o sistema binário de numeração, fosse-historicamente viável se o homem tivesse, em lugar de dez dedos flexíveis, apenas um toco em cada mão. Enquanto o homem contar por dezenas, seus dedos lhe recordarão a origem do passo mais importante de sua vida mental.
O velho encontra o novo
Não deixa de ser paradoxal que inteligências primitivas, como os papuas, se utilizem do mesmo sistema numérico dos atuais computadores eletrônicos. Salários de grandes empresas, sinais enviados por satélites artificiais, resultados de exames vestibulares — tudo isso e muito mais, o computador analisa matematicamente por intermédio da corrente elétrica. Êle só pode indicar a existência ou a ausência de fluxo, sendo as duas alternativas representadas por dois símbolos (0 e 1) e suas combinações. O sistema binário é que permite o agrupamento automático dos dados e dos resultados tendo em vista o cálculo mecânico.
Por que o computador usa essa base? É simples entender: uma chave elétrica só pode estar ligada ou desligada. À falta de' corrente se associa o símbolo 0, à passagem de eletricidade se associa o símbolo 1. A representação de dez símbolos (0 a 9) exigiria uma corrente proporcional a cada número, dando margem a erros pela variação da corrente. Já no caso da base binária,, a possibilidade de confundir uma situação "com corrente passando" e outra "sem corrente" é praticamente fmla. Além disso; a corrente elétrica pode ser ligada ou desligada no tempo extraordinariamente curto de IO6 segundos (1 milionésimo de segundo ou 1 microssegundo). E os cálculos, que levariam meses se feitos a mão, realizam-se no computador em poucos minutos.
O salto para o infinito
Para o primitivo, e mesmo para o filósofo antigo, os números estão impregnados de natureza. Para o homem civilizado de hoje, o número natural é um ente puramente matemático, uma conquista de seu pensamento. Com essa atitude, esquecido da origem humilde do número, e abstraindo-se da realidade imediata, o homem generaliza seus conceitos e estende ao máximo o campo de seu raciocínio.
Só uma criança de 5 anos, ou um selvagem dos mais atrasados, pode pensar que existe um número maior que todos os outros. Na sucessão dos números naturais 1, 2, 3, 4 ...
as reticências indicam que faltam, números a escrever. Quantos? Naquela sucessão, passa-se de um número para o seguinte juntando uma unidade. Dado qualquer número n, por maior que seja, sempre se pode efetuar sobre êle a mesma operação mental, e obter um número maior n + 1- Logo, a sucessão é ilimitada, e existem infinitos números naturais. Para dar essa ideia, escreve-se assim:
1, 2, 3, ... n, ...
Esse mesmo princípio ãe extensão pode ser aplicado ao conjunto dos pontos de uma reta. Tomando ao acaso dois elementos A e B desse conjunto (dois pontos da reta), o segmento AB assim definido pode ser dividido ao meio. Repetindo a operação nos dois novos segmentos formados, teremos quatro segmentos menores. Teoricamente, a divisão ao meio pode repetir-se ilimitadamente, e o segmento AB constará de uma infinidade de pontos: o conjunto dos pontos da reta é infinito.
O todo igual à parte
Quando se estudam os conjuntos infinitos, aparecem surpresas. Considere-se o conjunto N dos números naturais e o conjunto P dos números pares, que está contido no. anterior. A cada número de N. corresponde um de P e um só, o seu dobro. A cada número de P corresponde um número de N e um só, a sua metade (correspondência biunívoca).
N) 1, 2, 3, ... n, ...
P) 2, 4, 6, ... 2n, ...
Isto quer dizer que P e N são equivalentes, e em conjuntos infinitos o todo e a parte se correspondem, o que não acontece em conjuntos finitos, com número limitado de elementos.
inteiros
racionais {
fracionários
Números reais {
irracionais
Uma aplicação importante da matemática é a estatística, que coleta e analisa dados referentes a acontecimentos humanos ou fenómenos naturais, a partir dos quais pode fazer previsões. Para ser útil na pesquisa, no planejamento e na fundamentação científica, a estatística precisa obter uma boa amostra, cuidadosamente selecionada, de forma a representar uma média de opinião ou situação, e capaz de refletir a totalidade dos casos. Um moderno fabricante de roupas maculinas certamente deverá conhecer a estatura média dos homens e as variações em torno dessa média. Separando, do total das pessoas que compram ternos feitos, uma amostra de cem, obtém-se um gráfico como o da figura, versão matemática da situação ilustrada acima. Esse diagrama chama-se "distribuição normal" e informa que a altura média é de 1,67 m. Dois terços dos indivíduos estão entre 1,60 e 1,75 m, e 96% num intervalo de 15 cm acima ou abaixo da média.
A extensão dos campos numéricos
As quatro operações matemáticas fundamentais são: adição, subtração, multiplicação e divisão. A estas é preciso acrescentar mais três, diretamente ligadas a elas: potenciação, radiciação e logaritmação. Em face da definição e das propriedades de uma operação, surgem certas impossibilidades que a matemática elimina apelando ao mesmo princípio de extensão, graças ao qual se criam novos campos numéricos. Para fazer frente à impossibilidade de divisão (exata) em números inteiros, foram definidos os números racionais. Este novo campo abrange o conjunto dos números inteiros e mais o formado por números fracionários(fraçoes) que são de fato os novos elementos. Aparece aí outra dificuldade; a operação de radiciação é em geral impossível no campo racional. Então êle é novamente estendido, criando-se os números irracionais (por exemplo raiz quadrada de 3, o número π). Constitui-se assim o campo real, cuja grande façanha é estabelecer uma correspondência biunívoca entre os números e os pontos da reta, integrando perfeitamente a álgebra com a geometria.
Noção de função
É a mesma e maravilhosa ideia de correspondência, nascida das contagens rudimentares do homem primitivo, que inspira o conceito de função matemática e sua representação num "sistema de referência" constituído por retas ou eixos orientados. Um objeto, abandonado em queda livre do alto de um prédio, atingirá o solo num tempo que depende do espaço percorrido. Após várias experiências, feitas de diferentes andares do edifício, teremos uma tabela que consiste em duas sucessões de números: o conjunto í (dos tempos) e o conjunto e (dos espaços), postos em correspondência um com outro. Diremos que a variável í é função da variável e e escreveremos simbolicamente: t — f (e), ou í (e).
Para representar geometricamente essa função algébrica, podem-se marcaT os diversos valores de í num eixo, os de e num outro eixo, perpendicular ao primeiro. Cada par de valores define um ponto do plano, assim como — com mais um eixo — um trio de números define um ponto do espaço. Esse sistema referencial chama-se cartesiano, por ter sido usado pela primeira vez por René Descartes, na primeira metade do século XVII. A obra de Cartesius, como era conhecido esse matemático e filósofo francês, marca uma. revolução na matemática e na filosofia: em cada ponto do mundo, êle conseguira pregar uma etiqueta identificadora. Era a completa quantificação do universo.
A estrutura da matemática
A matemática constitui uma série sempre renovada e ampliada de "julgamentos sobre fatos". O enunciado de um fato matemático é a proposição, e o processo que faz aparecer a verdade de uma proposição é uma demonstração. Uma proposição demonstrada chama-se teorema. Os objetos sobre os quais se faz uma proposição estão compreendidos numa certa "intuição", isto significando que as palavras proposição, teorema e demonstração são tomadas no sentido comum. Seus respectivos "equivalentes formais" são as palavras fórmula, tese e dedução.
A matemática como ciência é portanto constituída de proposições e demonstrações que se referem a certos objetos intuitivos. A natureza desses objetos e de suas propriedades distingue a matemática das outras formas de conhecimento. Para definir uma estrutura matemática, basta delimitar o domínio das noções intuitivas que lhe é próprio, noções "primitivas" isentas de demonstração. A evolução lógica da matemática se apresenta como uma série de reduções nos domínios intuitivos e de ampliações nos campos numéricos. E a axiomatização (ou formalização) é o termo reservado à etapa final desse processo, que se exprime na moderna teoria dos conjuntos. Nesta, a partir de uns poucos postulados ou axiomas, estabelece-se uma estrutura formal — através de símbolos operacionais — que engloba as teorias clássicas e dentro da qual as propriedades são gerais. Letras representam os elementos do conjunto, e todas as demonstrações podem ser feitas sem que se saiba qual a "natureza" desses elementos.
O nome no singular
Assim, a matemática, que no século XIX superou todos os progressos realizados em mais de 20 séculos anteriores, libertou-se da filosofia e absorveu a lógica. Ganhou uma unidade que justifica seu nome no singular. E construiu uma soberba estrutura científica, que vem sendo aplicada na biologia, na linguística e de um modo geral nas ciências da vida e da sociedade.
A linguística matemática, por exemplo, teve um impulso sensacional na década de 1950, quando surgiu o problema das traduções mecanizadas. Assim como a lógica, por muito tempo considerada especulação vazia, e que de repente se tornou essencial para o projeto e a programação dos computadores, a teoria da linguagem se transformou em elemento essencial para a máquina de traduzir, ganhando marcante interesse prático.
Enc. Delta
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Física
Os principios sem fim
Nos dias atuais, definir a Física é complicado. Nos tempos em que a Grécia era o berço da civilização, a classificação das ciências era muito mais simples, e •physikos era a filosofia natural, o estudo da natureza. Mais tarde, o termo Física passou a corresponder a um campo restrito, a saber, aos fenómenos em que a espécie da substância dos corpos não se altera (por ex.: na evaporação da água, esta continua a ser água); cm contraposição, denominou-se Química a ciência dos fenómenos cm que ocorrem mudanças na espécie das substâncias (por ex.: na eletrólise da água, esta decompõe-se em oxigénio e hidrogénio).
A partir das descobertas de Becquerel, do casal Curie, Ruthcrford, Joliot e Irene Curic, e Fermi, entre outros, cresceram as dificuldades para se enunciarem definições exatas, pois a radiatividade, a desintegração nuclear, as reações nucleares, a produção de elementos artificiais e a fissão nuclear não só constituíram novidades, mostrando profundas transformações na estrutura da matéria, como abalaram toda a confiança dos que esperavam ver conhecidos em pouco tempo todos os fenómenos da natureza.
A Física continua a ser, como a definiram os gregos, o estudo da natureza, mas de uma forma até há pouco totalmente inesperada: muda constantemente seu horizonte, abre novas perspectivas, vê seus campos de investigação desmembrarem-se em especialidades como a Eletrônica, a Astrofísica, a Geofísica, etc. Para atingir seus objetivos, usa os recursos da experimentação, da matemática e da lógica. A combinação desses recursos, conforme os princípios elaborados nos séculos anteriores, tem-se mostrado algumas vezes insuficiente para resolver certos problemas de Física, o que exige a ousada formulação de novos princípios gerais, por cientistas de génio, como aconteceu com Eins-tein quando desenvolveu a Teoria da Relatividade.
A Física Glássica é entendida como aquela que trata dos fenómenos que podem ser explicados sem se fazer aplicação de duas grandes teorias do nosso século: a Teoria Quântica e a Teoria da Relatividade. A primeira destas serviu, sobretudo, para entendimento dos fenómenos microscópicos, isto é, fenómenos que ocorrem na escala atómica e nuclear. E a segunda serviu inicialmente para interpretar fenómenos na escala cósmica, embora também depois tenha sido aplicada na escala atómica e nuclear. A Física que permite conhecer a estrutura nuclear, que estabelece ser a velocidade da luz uma velocidade-limite no universo, é a Física Moderna.
Experimentar para saber
O teste definitivo de qualquer lei, hipótese ou teoria continua sendo a experimentação. Por dedução ou intuição, procura-se chegar à formulação de leis simples ou complexas que abranjam o maior número de fenómenos de determinado campo. É claro que isso não pode ser feito de repente, mas exige um considerável trabalho de interpretação e generalização.
Quem impôs a experiência como teste definitivo de qualquer proposição foi Galilcu. Antes dele supunha-sc que tão só o poder do cérebro bastava para resolver todos os problemas. Como Aristóteles era um grande sábio, que havia pensado sobre tudo ou quase tudo, os ensinamentos dele e mais a Bíblia deviam conter as chaves para todos os conhecimentos humanos. Em Aristóteles constava que a velocidade com a qual corpos diferentes caem sobre a Terra era proporcional ao seu peso. Galileu, deixando cair dois pesos diferentes da torre de Pisa (que já era inclinada), demonstrou que o tempo de queda era o mesmo, e portanto as velocidades nao podiam ser desiguais.
Atualmente, com a evolução sofrida pela fisica, os métodos usados nem sempre são tão simples como os de Galileu, isto é, experiências e anotação de experiências. Entre outros, além do método experimental, sempre presente, temos:
a) Interpretação de novos fenómenos conhecidos — Einstein, partindo da experiência de Michelson e Morley, que demonstrava a independência da velocidade da luz em relação ao movimento da Terra, concluiu ser a mesma independente de qualquer sistema de referência. A partir daí, entre outras conclusões, chegou a sugerir não ser o tempo, como se imaginava, uma grandeza independente da velocidade. Foi mais além, previu a dependência da massa com a velocidade, e previu ainda uma das relações fundamentais de nossos dias, a famosa equação
E = m.c2, que relaciona massa e energia;
b) Analogia entre fenómenos conhecidos — Sabia-se desde o século XIX que todos os elementos emitem linhas de cores determinadas, com comprimentos de onda conhecidos. Fraunhofer, um dos maiores pesquisadores nesse campo, ficou muito intrigado ao descobrir que, emalguns espectros,na região onde deveriam aparecer raias coloridas,surgiam raias negras. Kirchhoff explicou as raias negras como correspondendoa raias de absorção: o átomo é capaz deabsorver luz dos mesmos comprimentos deonda da que é capaz de emitir, e as raias negras correspondem aos comprimentos de ondadas luzes absorvidas. Mossbauer, raciocinando por analogia, concluiu que o núcleo,por emitir também radiação eletromagnética,aliás de comprimento de onda bem mais curto, deveria ser capaz de absorver a radiação emitida. Finalmente, por meios engenhosos, evidenciou o fenómeno, que se tomou conhecido como efeito Mosshauer, possibilitando um novo e poderoso meio de pesquisa, ainda cm desenvolvimento;
c) Aplicação de -princípios gerais— No estudo das radiações emitidas pelassubstâncias radiativas, as medidas revelaram que a energia emitida nas radiações alfa( a )e gama ("Y ) de um isótopo era constante,mas na radiação beta ( (3 ) isso não acontecia: eram encontrados elétrons de todas asenergias, desde zero até um valor máximo.Foi por aplicação do princípio da conservação da energia que se aventou a existênciade uma partícula responsável pelo transporteda parcela de energia que, para cada clétron,faltava para completar aquele valor máximoobservado, o qual devia corresponder à energia total libertada na emissão dos raios beta.Essa hipotética partícula, denominada neu-trino, foi tão difícil de detectar que somenteem 1954 foi identificada. Com efeito, o neu-tríno, dotado de massa extremamente pequena e de carga nula, pode atravessar ummilhão de quilómetros de chumbo, sem provocar nenhuma ionização.
Um mistério resolvido
Medidas da radiação cósmica, em 1937. permitiram a descoberta de uma nova partícula chamada mesótron ou méson por ter massa intermediária entre a do elétron e a do próton. Embora impreciso o resultado, este parecia ser uma confirmação das ideias de Yukawa (1935) sobre a origem das forças nucleares. A guerra mundial adiou a solução do problema, mas, com o reinicio das pesquisas, em 1947, trabalhando com emulsões fotográficas, César Lattes, físico brasileiro, G. P. S. Occhialini (que trabalhara antes no Brasil) e C. F. Powell descobriram experimentalmente outra espécie de partícula, também dotada de - massa intermediária (compreendida entre 264 e 273 vezes a massa do elétron). Estes corpúsculos, chamados mésons JH_ ou píons, interagem intensamente com a matéria nuclear e se identificam com os mésons previstos teoricamente por Yukawa. Ás experiências daquela equipe (Lattes e companheiros) provaram que um méson pi se desintegra facilmente, resultando outro méson de massa menor, denominado méson ^jU* ou múon, c um neutrino. Estes mésons mu (cuja massa vale cerca de 207 vezes a massa do elétron) são precisamente os mésons observados desde 1937 nos raios cósmicos c que, por serem muito penetrantes, não podiam ser os mésons preditos por Yukawa, pois estes têm interação fraquíssima com a matéria atravessada. Assim ficou brilhantemente esclarecida a questão.
Os primeiros mésons identificados eram positivos, e logo depois foram encontrados os correspondentes negativos. Esse é outro exemplo de analogia com fenómeno já conhecido. Assim como os fótons estão relacionados com as forças eletromagnéticas, os mésons estão com as forças nucleares.
Os grandes princípios
Os grandes princípios de conservação, na Física, leis gerais que valem em todos os seus campos, são:
1) conservação da quantidade de movimento (produto da massa pela velocidade);
2) a lei ou princípio de conservação da energia;
3) a lei ou princípio da conservação da carga elétrica.
A lei ou princípio da conservação da quantidade de movimento, linear ou angular, foi introduzida por Newton.
Entre seus êxitos, este princípio conta o de ter esclarecido as leis de Kepler sobre os movimentos dos astros. Assim que os fenómenos atómicos e nucleares foram mais bem compreendidos, a aplicação do mesmo principio trouxe novos esclarecimentos a respeito da estrutura da matéria. Da escala cósmica à escala nuclear, o princípio da conservação da quantidade de movimento manteve-se triunfante.
Massa igual à energia
O princípio da conservação da energia também foi obscuramente formulado por Newton. Não negando sua origem, só era aplicado para a Mecânica. No século XIX, graças a Joule, Mayer e outros, estendeu-se sua aplicação ao calor e outras formas de energia. Por fim, a validade do princípio abrangeu a equivalência de massa c energia, confirmada, pelos mais recentes progressos da Física, assim novamente abarcando os fenómenos desde a escala cósmica até a nuclear.
Foi Einstcin quem encontrou a fórmula que liga massa e energia. Em última análise, a energia é massa e a massa é energia. Em todos os fenómenos, inclusive os nucleares, a cada diminuição de massa corresponde uma emissão de energia. A energia radiante, por sua vez, é sensível aos campos gravitacionais intensos, sofrendo desvio considerável na proximidade de corpos de grandes massas. Oprincípio da conservação da energia permite, pois, realizar cálculos precisos das minúsculas energias envolvidas nos processos nucleares, além de estabelecer os desvios que sofrem os raios de luz no seu movimento peio espaço. Einstein acreditava, inclusive, que seria possível representar toda realidade por meio de campos de força, onde a matéria nada mais seria que uma região de alta intensidade de campo.
A conservação da carga elétríca
A eletricidade, embora conhecida desde Tales, na Grécia antiga, poucos progressos fez durante quase vinte séculos. Quando começou a despertar a atenção dos pesquisadores como fenómeno mensurável, verificou-se que, toda vez que se eletrizava um corpo por atrito com outro corpo, este ficava carregado com eletricidade de igual valor e sinal contrário ao do primeiro corpo. Essas evidências, e mais o fato de que a matéria em estado natural não possui carga manifesta, deram origem ao princípio da conservação da carga elétrica, que hoje tem uma explicação genialmente simples: toda vez que ocorre uma eletrização, esta é positiva, se faltam elé-trons; e negativa, se eles aparecem cm excesso, pois o átomo que os engloba tem um núcleo positivo (constituído por prótons c nêutrons) neutralizado pelos elétrons negativos que gravitam ao seu redor.
Da experiência à essência
Todos os setores da Física desenvolvem-se paralelamente, embora em diferentes estágios de evolução. Tomemos em particular o Eletromagnetismo Clássico e tentemos acompanhar seus passos.
Começou verificando-se os fenómenos da eletrização por atrito e as propriedades niag-néticas de certos minerais. Foi uma fase puramente descritiva, de coleta de dados. Séculos após, houve experiências de medida, procurando estabelecer fórmulas gerais para os fenómenos observados: a) as experiências de Coulomb, demonstrando o comportamento da força elétrica a distância; b) as experiências de Oersted, demonstrando a intera-ção entre corrente elétrica e agulhas imantadas; c) as experiências de Ampere, provando a interação entre correntes.
Com Faraday e suas experiências — sôbre as variações do campo magnético como causa do campo elétrico — chegou-se ao âmago dos fenómenos do Eletromagnetismo. Mas só uma teoria geral, completa e coerente, poderia coroar a evolução e chegar à essência última dos fenómenos. Isso ocorreu com as equações de Maxwell, que tornaram possíveis até certas previsões (sobre a das ondas eletromagnéticas) por exemplo como se, depois de longa caminhada na encosta de uma montanha íngreme, descortinasse claramente lá do topo, novos caminhos já percorridos, como outros que levam a novas e empolgantes descobertas.
Em tudo isso entra a Física
Descobre-se um esqueleto num local que guarda documentos de antigas civilizações. De que época "será? O método do carbono radiativo permite conhecer a ocasião da morte do animal e dessa forma se reúnem meios para uma datação histórica. É a Física na História. A origem da Terra pode ser determinada quando se estuda numa rocha uranífera a relação entre o chumbo Pb-206 e o urânio U-238. É a Física na Cosmogonia, Também a origem das diversas rochas pode ser determinada por processos radiativos. É a Física na Geologia.
O feldspato, fonte do potássio empregado na indústria de louças, pode ser pesquisado por meio de um isótopo radiativo de potássio. Detectando essa atividade é possível determinar a presença ou não de feldspato num lençol subterrâneo. É a Física na Prospecção. Luigi Galvani, em 1780, com suas experiências sôbTe eletrici-dade animal, tornou-se pioneiro do que hoje constitui a Biofísica. E Lee De Forest, quando em 1906 inventou o áudion, válvula primitiva, iniciou a Eletrônica. Enrico Fermi, com seu primeiro reator de 1942, deu origem à Engenharia Nuclear.
Além disso, a Física está intimamente ligada à Astronomia e à Astronáutica, visto que intervém tanto na construção de naves espaciais como no estudo de tudo o que ocorre nos satélites, planetas, estrelas e sistemas estelares, nebulosas e galáxias inteira?.
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